segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O PNL, a Maria e a Isabel Alçada

Alguém já leu algum dos livros para crianças do Plano Nacional de Leitura ?
Lembrei-me disto depois do "Câmara Clara" de ontem, em que a Isabel Alçada defendia os critérios de escolha dos livros para integrarem o dito Plano.
Ora eu não tenho nada contra a Isabel Alçada. A bem dizer, fui leitora voraz da colecção "Uma Aventura" e tenho por ela grande simpatia e profunda consideração. Mas o que eu nunca percebi, é onde raio é que foram buscar alguns daqueles livros! E sobretudo, com que objectivo?
Para quem nunca teve contacto com alguns dos ditos, sugiro uma visita à Fnac, e a leitura do espectacular "Um dia Normal na Escola".
Para tentar ilustrar melhor estas minhas dúvidas, vou trascrever uma parte do livro "Sapinho e Sapão" de Nicolás Guillen, que tem o autocolantezinho do dito Plano:
Que tens, Sapinho,
que estás tão tristão?
Madrinha, doí-me
a boca, um pulmão,
a testa, o gasganete,
e até um sapatão,
pelo muito que gosto
da sua prima Assunção!
????????
Pergunta à Sra Dra Isabel Alçada ou a alguém capaz de ajudar uma pobre adulta de 32 anos : que Diabo é um sapatão?? E ele dói? Dói onde? E dói por gostar da prima Assunção? Não percebo!
Se calhar, esta minha incapacidade de descodificação metafórica deve-se ao facto de não ter tido nenhum PNL nos verdes anos, mas realmente, não percebo!

domingo, 28 de setembro de 2008

Afinal...

Não. Não ganhei o Euromilhões. Deve ter havido alguém que acreditou mais que eu.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Eu vou ganhar o Euromilhões

Não sei se sabem mas logo vai-me sair o prémio do Euromilhões. A minha irmã, que agora anda a ler "O Segredo" e que mais parece uma fanática religiosa a anunciar a Boa Nova aos restantes mortais diz-me que, o mais importante é acreditar, agir como se o dinheiro já me tivesse saido e sentir como se já o tivesse na mão. "Sente-o, mana, tens que sentir que ele já te pertence" (eu nunca disse que a minha irmã era normal). Pelo que, estimado público, eu neste momento estou a SENTÍ-LO (pus maiúsculas para acentuar o carácter quase religioso da coisa).
E é bom. É muito bom. Devo dizer que me sinto muito bem, agora que sou rica. E recomendo. A partir de amanhã (será que me põe logo o dinheirinho na conta?), vou implementar algumas acções, e, magnânima como sou, não deixo de pensar em todos vós. Colegas de trabalho: abaixo a opressão!! Segunda feira podem contar comigo á porta da empresa, montada numa daquelas gruas tipo desenho animado, com uma bola de ferro à frente para mandar aquela ***** toda abaixo! Abaixo as estatísticas, abaixo os relatórios, abaixo os chefes que não sabem falar Português! José Carlos Araújo: ofereço a operação de reconstrução dos timpanos depois da entrevista ao Valentim Loureiro! Se bem que,Zé Carlos, sendo colega da Júlia Pinheiro, o aparelho auditivo não deve ser o teu forte há muito tempo.
Enfim, a partir de hoje sou rica e isso é que importa. Acredito mesmo nisso. A sério que acredito. Por isso, aproveitem. Peçam que a Maria dá.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Troca

Depois de três curtos dias de férias, regresso amanhã à estupidez do meu dia-a-dia. Alguém troca?

domingo, 21 de setembro de 2008

Os iluminados

Há novidades lá na empresa. Aparentemente alguém arranjou maneira de contornar a fantástica regra de que não se pode ser admitido como trabalhador quando algum familiar já é funcionário.
Neste caso concreto trata-se de marido e mulher e a solução encontrada foi a mais simples: ela concorreu a um anúncio, foi sujeita á mesma catrefada de testes que os restantes concorrentes, foi entrevistada e o que ninguém lhe perguntou também não achou relevante dizer. Foi admitida, trabalha num departamento de call center no primeiro andar do edifício e o marido que desempenha funções externas, trabalha no segundo andar, e tudo ia bem até alguma alma iluminada descobrir a marosca. Alma esta, obviamente, colega dos visados.
Algumas horas terão passado até que os restantes sessenta colaboradores aqui do Norte ( e quem sabe, mais os duzentos de Lisboa), ficassem a saber da estória. Até ai, tudo bem. Estamos no mesmo barco, somos solidários, certo? Dizem-me que não, que os colegas estão chocados e quase fazem fila no tal primeiro andar a perguntar quem foi a espertalhona. E apontam. E dizem, como se fosse a coisa mais natural do Mundo que a pobre não sabe o que a espera, mais uns dias e rua.
E sente-se um arrepio de alegria e alivio por ser ela e não nós. Aquela vertigem de pequena vingança, mesmo para com alguém que é um completo desconhecido, aquelo gostinho de espezinhar alguém só porque está numa situação complicada e nós estamos todos a salvo. E mais importante: estamos juntos. Somos todos iguais e estamos a salvo. Quanto mais apontamos o dedo mais somos iguais e mais estamos a salvo.
Penso em mim e nos meus colegas. Filhos da Revolução, todos na casa dos trinta e já com anos e anos no “lombo” a repetir tarefas, a cumprir ordens estupidificantes qualquer que seja a nossa função, sem qualquer margem de criatividade ou de pensamento autónomo. A ser apenas peças acéfalas numa engrenagem.
Sem questionar nada e a comer o lixo todo. Sem questionar nada de nada, nem sequer porque é que uma pessoa capaz e competente não pode ser admitida na mesma empresa que o marido. Assimilamos sem pestanejar.
E a comer o lixo todo, o lixo todo. Se alguém “de cima” diz que é assim, cumpre-nos assimilar, do baixo da nossa estupidez e dizer ámen. E entrar nessa histeria colectiva, porque o que importa é não ficar de fora ou “mal visto”.
Num país com quatrocentos mil desempregados cruxifica-se em praça pública alguém que ousou omitir uma informação para arranjar um emprego. E glorifica-se quem criou essa regra.
Temos todos medo. Muito medo. O outro senhor não sabia para que país estava a falar quando falou no direito à indignação. É que para isso era preciso perdermos este medo que se nos colou á pele. E é sempre mais fácil “go with the flow”. Quem fez Abril deve ter vergonha de nós….

sábado, 20 de setembro de 2008

Saturday Night Fever

Sábado. Noite a cair. Chuva. Um bocadinho de frio. Uma constipação. Um pijama, um sofá e uma manta. Um abracinho bom. Haverá coisa melhor?
Pode até haver, mas,por agora chega.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Silêncio

Quero dizer-te que o teu silêncio me doi. Nunca me dei bem com os silêncios ensurdecedores. E o teu silêncio é assim. Ensurdecedor, gritante, ameaçador. Rasga-me por dentro, faz-me sentir pequenina. Tudo isto eu já te disse. Vezes e vezes sem conta. E outra vez o silêncio.
Ás vezes chamo-me à atenção. Controlo-me. Vigio-me. Repreendo-me. Digo-me vezes sem conta que não tens que ser igual a mim, sempre pronta para desatar a lingua num turbilhão de palavras. Que sei que me amas, que só me podes amar, embora nessa forma tosca e desinteressada. Mas a verdade, mesmo verdade é que eu não acredito no amor sem esse turbilhão de palavras, mais ou menos sem sentido, sem a cumplicidade dos pequenos nadas, presente nas palavras, ou, ( e aqui sim), na falta delas.
Quero dizer-te que o teu silêncio me doi. Porque é de pedra. È frio, é escuro e é esgotante. E doi mais porque é a medida de todos os dias de tudo o que podiamos ser e não somos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eu queria mesmo era não dar nada

O C. pede-me ajuda para comprar o presente de aniversário da cunhadinha. Sempre pronta a ajudar o próximo, sugiro "Educação e boas maneiras" da mítica Paula Bobone. E não é que ele se atreve a ficar chateado comigo?


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Se a Edite Estrela vê isto

Percebo que bati mesmo no fundo quando digo à minha chefe que não podemos escrever "...as instalações desta empresa citada à Avenida dos Aliados....." e tenho como resposta :"porque não? Está muito bem! Citada deriva de citação e nós estamos a citar a morada".

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Maria 1 - Bombeiros 0

Pois é. Para quem pensa que morar mesmo em frente aos Senhores Soldados da Paz é fantástico, pois que há sempre internet wireless de graça, e ambulâncias à mão de semear, desengane-se. Viver perto dos Bombeiros, pode ser uma experiência traumatizante, por vezes, ainda mais traumatizante, do que precisar verdadeiramente deles. Vai um ser humano para a cama, depois de um dia de labuta que só vê-lo, e eis senão quando acorda à uma da manhã com barulhos dos vizinhos Bombeiros. Uma emergência, pensarão vocês? Uma parada de ambulâncias? O ensaio da fanfarra? Não. Nada disso, amigos ouvintes. Os senhores Bombeiros estão a lavar uma viatura. Até aí, tudo bem. Como é de conhecimento público (obrigada, Valentim Loureiro), o concelho de Gondomar, é o que tem a água mais cara do país, logo,ao lavar a viatura depois da meia-noite, os senhores Bombeiros estão a querer poupar. O problema, é que se poupam na água, gastam muito noutras coisas, nomeadamente, e, aparentemente, no vinho. Pois, que além de poupados, os senhores bombeiros são cantadores, e, oh, que canções!!! Qual Quim Barreiros, qual quê? Qual Nelo Silva e Cristiana? Em Gondomar, cada Bombeiro tem um cantor dentro de si, e uma necessidade incontrolável de partilhar com os conterrâneos os ditos dotes vocais.
Vai que a Maria não está para modas, e o dia seguinte é dia de trabalho, e liga para a dita corporação cantante. Reprodução o mais fiel quanto possivel da conversa:
Maria - Boa noite. Quero falar com o sr. comandante (tom afirmativo e pomposo).
Bombeiro - Mas....mas...para quê?
.......
Maria - ....que não se admite, uma da manhã, cantorias, gritos, palavrões....ainda vou ter que chamar a policia para calar os Bombeiros!! Blá, Blá...
Bombeiro - Minha senhora...eu...eu....vou lá ter com eles outra vez. É que eu também já lhes disse mas acho que não ouvem ningúem.
Nem a sirene.

Mais palavras para quê?
Favaios, comparado com Gondomar, é Helsinquia comparada com Cabul
.

Erin Broncovich

É de conhecimento público, (à excepção talvez, da minha entidade patronal) que quero muito mudar de emprego. Dava, sei lá, dois anos da minha vida, por um emprego onde pudesse usar mais de dois neurónios de casa vez e não fosse olhada de lado por isso. E vai então que decido pôr mãos-á-obra e concorrer a um anúncio do Expresso. É também verdade que o dito anúncio não dizia muito. Mas pronto, assim como assim (adoro esta expressão), era um anúncio e decidi mandar. Devo advertir mais uma vez os estimados leitores de que isso foi no passado Domingo. E eis senão quando, me liga a Sra. D. I.P.P., que sim, quer muito falar comigo, bla blá, e encontramo-nos amanha no lobby do Porto Palácio, blá, blá, muito prazer, até amanhã.
E esse amanhã foi hoje. Vários factos a destacar:
1º - Aconselha-se todos os senhores possiveis empregadores (à excepção, talvez, da minha actual entidade patronal), a fazer reuniões em lobbys de Hoteis de 5 estrelas. É que dá logo outro ar. Entrei e senti-me logo uma Erin Brocovich de Gondomar, só me faltava a mini-saia.
2º - Aconselha-se também os senhores possiveis empregadores a não pôr super-modelos a fazer entrevistas. Já não bastava eu ter estado toda a entrevista preocupada com a nódoa de leite que o meu querido bebé me depositou no vestido e que só vi segundos antes de entrar, como ainda me pôe pela frente, uma mulher alta e giríssima, bem vestida, com ar de quem não sabe o que é uma nódoa ou um arroto de bebé? E com aquele aspecto feliz de quem faz o que gosta?
3 º - Amigos futuros eventuais empregadores: leiam bem os CVs antes de fazer as entrevistas. Leiam muito bem. E não falem. Não abram a boca até o putativo candidato falar e deitar por terra as vossas expectativas. È que, a senhora que me entrevistou além de alta e gira e possivelmente detentora de um ordenado milionário, descreveu-me a sua empresa de uma forma tão fantástica, tão romantica e tão tudo-aquilo-que-eu-sempre-sonhei-fazer que só me apetecia mata-la para vez se ainda lhe ficava com o lugar.
As mulheres, ás vezes, são mesmo umas cabras.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Primeiro de muitos.

Alguém pode explicar aos iluminados da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, que um trabalhador-estudante, é, por definição, uma pessoa que trabalha? E, que, como tal, limitar as inscrições nos cursos a um único dia útil das 09h as 12h30h e das 14h às 16h, é capaz de ser um bocadinho aborrecido, visto estes se encontrarem (oh, supremo atrevimento!), a modos que a trabalhar????!!!!!
Muito agradecida.

domingo, 7 de setembro de 2008

I Will survive

Uma gaja percebe que não há mesmo volta a dar quando repete pela milionésima vez, que não há nada que a magoe mais do que o silêncio, e a outra parte insiste em permanecer amordaçada. Uma pessoa percebe que não há mesmo nada a fazer, mas deixa-se ir, à espera de alguma coisa, um sinal de mudança que nunca mais chega ( e eu sei tão bem que ninguém muda....), mas que acaba por ser a única coisa que tem para se agarrar. Para quê?

Era uma vez....

Dou hoje inicío ao meu Blog. Coisa simples, nada extraordinário. Um diário on-line no século XXI. Pergunto-me quanto tempo irei aguentar. Normalmente, sou daquelas pessoas, que, depois de um entusiasmo frenético, militante e obsessivo, se acaba por cansar e procurar novas formas de fazer as mesmas coisas. Vamos ver. Para já, não prometo nada. A não ser, eventualmente ao C., que por vezes se cansa de me ouvir falar, e poderá assim ficar mais "aliviado" por não ter que me ouvir....