quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Alexitimia

Exemplo impressionante de como uma simples palavrinha nos pode fazer entender muita coisa.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mais uma pérola

Diz o coleguinha de trabalho: "estes gajos devem ser nómadas". Pergunta a Maria: "porquê"?.
Responde o coleguinha de trabalho: "porque não percebem nada do que um gajo diz".

sábado, 25 de outubro de 2008

Entrevista com o Vampiro

Ora vai a Maria com o seu melhor modelito, cabelo esticado e lábios pintados para o diabo da entrevista, e aparece-lhe uma Brasileira de salto agulha, calças de ganga e aparelho nos dentes dizendo que o "Sinhô doutô está um pouquinho atrasado". A Maria espera. Pouco depois e em apoteose, aparece o "Sinhô Doutô" . Agradece muito. Também pede muitas desculpas. Parece-me bem. Fala muito em ética e moral, supostamente aquilo que, segundo ele, distingue a sua empresa das congéneres. Tenho o primeiro momento de estranheza, quando o Dr. Ética e Moral, manda vir uma sandocha do bar do Hotel e começa a comê-la mesmo à nossa frente. Decido não dar importância. Se calhar o homem está com fome. Tenho um segundo momento de estranheza quando vejo a secretária brasileira levar um copo com água à boca, e ele lhe dirige um olhar gélido, assim mesmo para o arrepinte, enquanto aponta para uns questionários em cima da mesa. Ela levanta-se tipo mola, ainda com água a escorrer pelos cantos da boca e começa a distribuir-los. O Senhor Doutor entretanto, continua a perorar sobre plano de carreira, incentivos, tratamento ético das aspirações dos colaboradores, etc.

Ora já a Maria está com uma lagrima no canto do olho, a tentar não borratar o rimel que pôs especialmente para a entrevista, quando o amigo Dr. Ética e Moral decide passar aquilo a que o próprio chamou de "inqueritozinho pessoal ". Ora vamos lá então ver as perguntinhas do inqueritozinho pessoal :
Profissão do pai?
Profissão da mãe?
Tem irmãos? Se sim, profissão dos irmãos?
Profissão do conjuge? Em que empresa?
Vive só do seu trabalho?
Tem alguma fonte extra de rendimento?
Tem algum tipo de crédito( habitação, consumo, outros)? Especifique, por favor?
Vive em casa própria? Se não, especifique, por favor (familiares, alugada, emprestada)?

And my onw personal favorite: já alguma vez esteve sem trabalhar por doença ou despedimento?
Ora aí as lágrimas da Maria já eram mais de raiva do que de outra coisa qualquer. Pensei no ginásio onde deixei de ir por causa da porcaria da entrevista. Pensei nos quatro euros e meio que gastei para estacionar a porcaria do carro no Silo Auto. Pensei no incremento que dei à minha úlcera por ter ido a conduzir tipo louca para chegar a horas. Pensei no almoço que deixei de comer porque não podia chegar atrasada.Pensei sobretudo no almoço. No meu e no dele. E vim-me embora. Já dizia a outra senhora que quem tem ética passa fome.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Wish me luck

Entrevista de emprego amanhã. Para ver se deixo de uma vez por todas de ouvir a coleguinha do lado dizer que adromeceu muito tarde.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Perdoa-nos Herman

Há-de vir o dia, espero que breve, em que alguém me consiga explicar esta espécie de catarse colectiva pelo achincalhamento de quem está na mó de baixo. O Herman cometeu muitos erros no Herman Sic? Concerteza que sim, o próprio até já o afirmou em algumas entrevistas. Não teve o sucesso esperado com o Hora H? Aparentemente também estamos todos de acordo. Parece menos fresco, menos cáustico, menos brilhante que há uns anos atrás? Sem dúvida. Mas isso dá-nos o direito de esquecer tudo o que está para trás?
Trata-se do mesmo Herman que fez "O Tal Canal", que fez o "Herman Enciclopédia", que fez " O Casino Royal" e, que, revolucionou o humor no nosso país. Trata-se do mesmo Herman que formou sucessivas gerações para o humor inteligente e informado. Que é responsável por muitas das expressões que usamos hoje, e cuja origem já nem sequer nos lembramos. Que nos permite hoje conhecer Gatos Fedorentos e Contemporâneos, porque, com a sua ajuda, aprendemos a perceber e a apreciar outro tipo de humor.
Colocando as duas coisas na balança, não percebo, porque é que a coisa há-de sempre descambar para o lado mais sombrio. E não percebo sobretudo os requintes de sadismo com que o fazemos. Reduzir o Herman aos erros do Herman Sic e ao eventual flop do Hora H, é, além de estúpido, profundamento ingrato. Usar todo o tipo de recursos desde o cabelo novo,ao processo arquivado da Casa Pia, para atirar ainda mais lama para cima do homem, não nos dignifica em nada. Antes pelo contrário. Faz de nós maus e mal agradecidos. Porque não vale a pena termos ilusões. Somos terríveis. Pusemo-lo lá em cima, mas não suportamos mante-lo por muito tempo. Não podemos. No Brasil, ouvimos a Adriana Calcanhoto dizer "vamos comer Caetano", o Caetano a dizer "vamos Djavanear" e "vem ouvir o preto que você gosta" referindo-se ao amigo Gilberto Gil. Ouvimos o elogio do outro, seja nas referências ao que já fez, seja nas referências ao que ainda se pode esperar que faça. Aqui temos um país inteiro, de dedo apontado, seja à cor do cabelo, seja às camisas, seja às amizades desfeitas, que não lhe perdoa não ter seguido outro caminho. Aqui temos a Fátima Campos Ferreira a dizer que o homem está acabado, que nem sabe como é que ainda aparece na televisão. O Herman. Ela não sabe como é que ele ainda aparece na televisão!
E é isto que nos faz pequeninos. Esta vertigem de prazer com a derrota (ou pseudo derrota) de quem está ou já esteve lá em cima. Não é Bruxelas. Não é a ditadura da França e da Alemanha na União Europeia. Não é o Sócrates, nem foi o Gueterres. Nem sequer o Salazar. É esta p***de maneira de pensar e de agir de quem não quer ser nada, e apenas se limita a desejar que os outros também não o sejam.



domingo, 19 de outubro de 2008

O bom, a má e a vilã

Acho extraordinário a pseudo-modernidade em que andamos todos mergulhados e que se traduz na mais profunda idiotice porco-machista que alguma vez vi.
Em conversa, com algumas pessoas deixo cair que o C. vai levar o bebé à consulta de rotina. Imediatamente tenho uma de duas reações possíveis:

Reacção A - (com ar visivelmente horrorizado, sorriso amarelo, e já com o telefone da comissão de protecção de menores na mão, just in case) - ah, que pena, pois é, tu não podes ir. Deve-te custar imenso não poder acompanhar o teu filho. Mas ainda bem que o C. vai e consegue dar conta do recado. Tens muita sorte, nem toda a gente tem ao lado um homem assim...tão...tão...como hei-de dizer?

Reacção B- (com ar modernaço, entre o neo-hippie e o benzoca esclarecido) - acho lindamente!! Acho giríssimo o pai ir com o miúdo à consulta. Tem que ser. Os tempos são outros. A menina também não pode fazer tudo, não é?

É que isto acontece-me constantemente. Aguardo ansiosamente o dia em que alguém chegue ao pé de mim e me diga "ah, M. tu és fantástica, até vais com a criança sozinha ao médico e tudo!" Sinceramente, mete-me nojo essa treta da mulher no seu múltiplo papel de mulher-dona-de-casa-mãe-trabalhadora-escrava sexual - and so on. Não vou em conversas da treta. Ainda bem que sou mulher, ainda bem que trabalho, ainda bem que tenho um filho. Não é um fardo inerente à minha condição. É um caminho que escolhi. O que recuso é a ideia de sacrifício e de coitadinha-de-mim-porque-não posso-ser-uma-boa-mãe-e-levar-o-meu filho-à consulta.(Já para não falar que nem sequer lhe dei de mamar, ou que faz de mim, segundo algumas cabeças pensantes, um verdadeiro anti-cristo).
O pai do meu filho também é homem, também é dono de casa, também trabalha, e também é pai. Também foi esse o caminho que escolheu. Não é um coitado nem um desgraçado por arrumar a casa, mudar fraldas ou levar o filho ao médico. Assim como eu também não o sou, por fazer as mesmíssimas coisas. Tenho para mim, que é a isto que se chama igualdade

Verdade, verdadinha

A E. liga-me a perguntar se o post abaixo é mesmo verdade. Infelizmente sim.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Enfim

A amiga P., como eu tão conhecedora do potencial de tragicomédia da trambica fantasiada de Banco onde trabalho, ligou-me hoje. Atende a minha coleguinha do lado, e passa-me a chamada sem pestanejar - "tens aqui a D. Agustina Bessa Luis para falar contigo".

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Tu

Gosto do teu ar desorientado pela manhã, com o cabelo no ar, sempre com menos tempo que o tempo que tens. Gosto do copo grande, sempre demasiado grande, a trasbordar, que bebes em golinhos pequeninos, enquanto tentas espreitar o tempo lá fora. Gosto (embora diga que não goste) dos papelinhos enrolados, sempre prontos a nascer em cada canto da casa. Gosto da tua ignorância em relação à conta bancária, aos quilómetros do carro, à prestação da casa. Gosto de te ouvir perguntar pela décima vez se vi os teus óculos enquanto te queixas que não consegues ler as letras da televisão. Gosto da tua parceria com o gato, sempre dois passos atrás de ti, pronto a obedecer à tua voz de comando. Tu.Voz de comando. Dá-me vontade rir. Gosto dos teus olhos rasos de água, sempre que alguma coisa te aflige. Gosto dos meus pés a descansar no teu colo, do meu sorriso no teu sorriso, nas poucas vezes que temos verdadeiramente para nós. Sim, embora não pareça, é assim que eu gosto de ti.

domingo, 12 de outubro de 2008

A amiga Maya

Fui só eu que que ouvi ontem a Maya, num programa da televisão dizer "hoje temos uma estória muito boa. Trata-se do José que teve um acidente de comboio e ficou sem as duas pernas"???

Never in my wildest dreams....

...eu pensei que alguma vez alguém me fosse encontrar num Domingo à tarde a passar a ferro. Hoje abre-se todo um novo capítulo na minha existência. Daqui a pouco estou a pensar ir ao Minipreço, com uma mola a segurar o cabelo gorduroso, e com a carteira debaixo do braço, botar um bocado de mortadela e de pão no carrinho, enquanto penso no que é que vou fazer para o comer do meu home.

sábado, 11 de outubro de 2008

Tesourinho deprimente



Maria - Sr. Professor da Faculdade, posso passar no seu gabinete, no HORÁRIO DE ATENDIMENTO A ALUNOS, para discutirmos o trabalho xpto?

Sr. Professor - Hum...deixe cá ver.....hum....Não. Hoje não posso. Tenho um funeral.

Maria - E amanhã à mesma hora?

Sr. Professor- Amanhã não é dia de atendimento a alunos.

Maria - Pois, mas....

Sr. Professor - Não. Amanhã também não posso. Aliás, não posso a semana toda. Tenho uma conferência para preparar, vou ter que dar aulas de mestrado, e o meu cão vai ser operado à próstata.

Maria - Então para a semana....

Sr. Professor - Para a semana não estou cá. Vou fazer uma palestra ao Brasil. Fico por lá três semanas.

Maria - Bom, depois já estamos quase em Dezembro. Acha que nessa altura...

Sr(a) Professor(a) - Em Dezembro é o Natal.

Maria - Sim, mas podiamos.....

Sr(a) Professor(a) - Natal é férias. No Natal também não.

Maria - Bom. Ficamos com Janeiro. Acha que nessa altura então podemos...

Sr. Professor - Mas você está a brincar comigo? Em Janeiro são as frequências! Não me diga que quer fazer o trabalho mesmo em cima das frequências? É uma irresponsabilidade! Isso não se propõe a um professor.

Maria - Mas então....

Sr Professor - Então já estou atrasado para uma aula. Agora não tenho tempo para falar consigo. Passe pelo meu gabinete, que depois continuamos.

Maria - Mas quando?

O Sr Professor acena ligeiramente com a mão em sinal de assentimento, enquanto se afasta rapidamente pelo corredor.

Agora imagino um cliente do meu Banco, que aparece lá para ser atendido e a que eu respondo que não, que nem pensar, então tem a lata de me ir incomodar quando eu tenho uma pilha de coisas para fazer, e ainda por cima estou preocupada com a queda das acções da bolsa, a crise bancária e o meu possivel despedimento? Já para não falar que o meu bebé vomitou nessa manhã os meus sapatos novos que me custaram os olhos da cara.
A comparação parece exagerada mas não é. Os clientes pagam para ter um bom serviço. Os alunos também. No meu caso concreto pago duplamente: impostos e propinas. Por isso fico revoltada sempre que alguma daquelas almas (salvo honrosas excepções em que a disponibilidade até é demais, como o caso da fantástica professora Teresa M.) tem a lata de me dizer isso. E não disfarço. É que a mim, ao contrário dos senhores professores, ainda não me pagam para eu ter que disfarçar.


quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Algo de estranho se passa

... quando, ao fim da quarta empregada de limpeza, ainda não consigo fazer com que nenhuma entenda que quando digo "por favor, limpe os azulejos da casa de banho", quero mesmo dizer "por favor, limpe os azulejos da casa de banho". Não quero que mudem as plantas de lugar, que ordenem os frascos de champoo por tamanho, nem que puxem o brilho à minha escova de dentes. Quero, pura e simplesmente que me limpem a m**** dos azulejos! É que eu acho que os meus azulejos cinzentos, começaram por ser azuis.. Tenho uma ligeira suspeita de que, quando estou a falar, elas devem desligar algum botão, ao melhor estilo do anúncio Whiskas saquetas, e depois da palavra limpar, só ouvem "bla bla bla, bla".
Depois de D. Manuela, a que, eufemisticamente, poderiamos chamar "pouco amiga do asseio", de D. Rosete, aquela que encontrei alegremente a aspirar o pó do ecrã da televisão, e que depois de meses a sair repetidamente mais cedo porque segundo a própria "não tinha nada para fazer", teve a lata de me pedir um aumento porque "tinha muito trabalho", eis que tenho um novo tipo de senhora da limpeza: " a Speedy Copperfield". Trata-se, antropologicamente falando, de um misto de Speedy Gonzalez (pela velocidade com que passa pela minha casa, tanta, que ás vezes tenho dúvidas se lá foi), com David Copperfield (o mágico), pela velocidade com que faz desaparecer tudo aquilo que em determinado momento parecemos precisar. Eu sei que estou a ser tudo menos politicamente correcta, e que não se pode generalizar, etc etc, mas se houver alguém que se ofenda com estas palavras, então que me mostre uma, umazinha só que não seja assim, que eu redimo-me, mando a "Speedy" ir fazer magia para longe e fico mais descansada.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Apelo

A letra é só do melhor escritor de canções que conheço: Sérgio Godinho. Mas o apelo é mesmo meu:
"Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, concerteza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego
Se eu mandasse neles, os teus trabalhadores
Seriam uns amores
Greves era só das seis e meia às sete
Em frente ao cacetete
Primeiro de Maio só de quinze em quinze anos
E feriado em Abril só no dia dos enganos".

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Amor outra vez

Às vezes sou como o poeta: hoje roubei todos os brinquedos do Mundo, e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.

Regresso às aulas

Embora já tenha vindo a algumas aulas (escrevo da Faculdade), na semana passada, dou hoje formalmente início ao meu ano lectivo. Perguntam-me muitas vezes porque decidi tirar uma nova licenciatura. Respondo de todas as vezes a mesma coisa: no meu ponto de vista, não tenho licenciatura nenhuma, esta é a primeira. Não possuo competências, nem técnicas nem de talento para exercer o meu primeiro curso. E sobretudo não possuo o requisito essencial: interesse.
Falo daquele interesse que sinto agora, catorze anos depois de ter entrado pela primeira vez numa Faculdade, e que me faz estudar com prazer, sem quase ter a noção de que o estou a fazer. Que me faz conhecer os autores, as ideias e as correntes, não com o sentido de obrigação, mas com a urgência de quem sabe que há tanto que importa e que fica por saber. Não me venham com leis e com decretos, que eu é mais livros. Nem me venham com Códigos Civis, que eu é mais Romances. Falem-me no Gomes Canotilho, que eu falo do Eça.
Dizem-me que estou maluca. Que não tenho noção da realidade, que não vejo as estatísticas, que nem para os "novos" (adoro este argumento) há lugar, quanto mais para quem já passou a casa dos trinta. Que eu nem tenho noção de como tudo é mal pago. E eu aceito tudo. Tudo mesmo. Só não aceito o rame-rame e a tábua rasa em que se transformou a minha vida, porque um dia também decidi "ir na corrente". Só não aceito sepultar-me viva, num dia-a-dia estúpido sem dar um bocadinho de luta. E sou mais feliz assim.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Ainda a praxe

Hoje no Jornal da Noite da Sic, uma aluna dizia que tinha que aceitar a praxe para "não ficar de fora". Desconhecedora destes meandros, e com uma imaginação fervilhante de suaves carícias académicas, imagino logo o "doutor" a dizer para a "besta" (ou vice-versa, porque vai tudo dar no mesmo): "vá, come lá mas é esta sopinha de vomitado, enquanto estás deitadinho aqui na base desta sandwich humana de quinze pessoas, que é para ver se eu amanhã te deixo participar na actividade besuntar-o-caloiro-todo-com-bosta! Senão depois ficas de fora e é uma chatice."

Praxe

Tomar banhos de bosta. Comer sem talheres, de dentro dos próprios sapatos. Imitar animais. Simular sexo em público. Chamar-se a si próprio de jumento. Lavar vidros de carros alheios. Há quem lhe chame, eufemisticamente, mecanismos de integração. Também há quem lhe chame estupidez.

A cadeira da verdade

Ideia fabulosa para novo programa de televisão: a Teresa Guilherme, um concorrente, um estúdio cheio de público. Uma cadeira eléctrica. E uma churrascada no fim do programa.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Maria 0 - GNR -1

Ser Humano - Estou sim, faça favor!
Maria - Boa tarde, eu gostava de falar com a D. Alice, por favor...
Ser humano - Quem???
Maria - A D. Alice...
Ser humano - Que é que tu queres, car*****? Pois que conversa é essa?
Maria - (respira fundo) - A D. Alice....
Ser Humano - Ai que car*****! Pois se ela está aqui ao meu lado, como é que é ela que está ao telefone?
Maria - Não, não é ela quem fala. Eu queria era que ela viesse ao telefone.
Ser Humano - Ah...
Maria - Mas olhe, desculpe, eu não estou a ligar para o posto da GNR de v******?
Ser Humano - Está sim, minha senhora, só um bocadinho que eu já vou chamar.

Conversa verídica, tida na presença das restantes sete ou oito pessoas que tabalham comigo naquela trambica...

Amor

Hoje foste ainda mais tu. Perseguiste os gatos até ao limite do impensável. Comeste o frasco da pimenta. Espirraste. Babaste o sofá. Comeste um pouco de jornal. Entornaste a sopa no chão. Partiste o comando da televisão. Perseguiste um pouco mais os gatos. Espirraste mais uma vez. Gritaste até me fazer doer a cabeça, com aquela urgência de quem tem oito meses e não tem tempo a perder. E agora dormes no meu colo, com a sensação de dever cumprido.