domingo, 29 de março de 2009

Domingo à tarde

O meu filho acaba de me entregar, com ar devoto, a capa da "Morgadinha dos Canaviais", devidamente lambida e mastigada. Ontem foram "Os Maias".
Definitivamente não gosta dos clássicos.

quarta-feira, 25 de março de 2009

À vontade do freguês

A pequena Maria decidiu-se a deixar de se queixar e a fazer pela vida. E a mexer-se para mudá-la.
Vai dai, concorreu para técnica de RVCC, mesmo sem ter a segunda licenciatura completa. Definitivamente, para mim, isto já é atravessar no vermelho.
Agora, se faz favor, e como dizia o outro senhor "deixem-me trabalhar".

Amor

Hoje foste ainda mais tu. Outra vez.
Bebeste a água dos gatos. Furaste os olhos à gata. Gritaste. Comeste sabonete e não fizeste bolinhas. Reclamaste do castigo. Roubaste comida. Fugiste para debaixo da mesa. Bateste com a cabeça no chão. Gritaste mais uma vez. Agarraste a vassoura. Comeste as toalhitas woolite. Tiraste as pilhas ao comando da televisão. Perdeste as pilhas do comando da televisão.
E agora olhas para mim, de olhos semi-abertos e boca patética a escorrer baba, com ar de quem pergunta se pode ser útil em mais alguma coisa.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Seguir

Hoje atravessei no vermelho, no mesmo semáforo, na mesma rua.
Não me aconteceu nada.
Pode ser que seja um sinal.

terça-feira, 17 de março de 2009

Parar

Hoje, parada num semáforo à espera do verde para atravessar, apercebi-me desta evidência: há as pessoas que atravessam com o vermelho e as que ficam eternamente à espera do verde. Desgraçadamente, dei-me conta de que pertenço ao segundo tipo.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sono

Tanto que nem tenho conseguido escrever nada de jeito.

sábado, 7 de março de 2009

Os três porquinhos e a Cinderela

Era uma vez a casinha dos três porquinhos: o porquinho-pai, o porquinho-bébé e o porquinho-gato.

O porquinho-pai, empenhado em dar o exemplo aos outros dois, gostava de guardar a roupa suja junto com a roupa limpa, de chegar a casa e atirar os sapatos para o chão, de deixar as meias sujas em cima da mesa de jantar, e as fraldas do porquinho-bébé em cima da cama, fraldas essas, que Cinderela arrumava de manhã, com um sorriso nos lábios, e sem nada dizer.

O porquinho-bébé, inspirado no exemplo grandioso do porquinho-pai divertia-se a vomitar jactos de leite para sítios estratégicamente escolhidos por serem de difícil acesso e ficarem com um cheiro nauseabundo. Entretinha-se também a mastigar e a deixar depois pequenos pedaços de pão espalhados pela modesta casinha Gondomarense ao melhor estilo Hansel e Gretel.

O porquinho-gato, por sua vez, adorava espalhar o conteúdo da areia higiénica à sua volta, assim como deixar tufos de pêlo pelos cantos a simular o efeito do pó. Adorava também passear os seus dois três quilos de pêlo e patas por cima dos pratos enquanto os outros comiam e tinha o estranho hábito de vomitar em cima de tapetes e sofás.

Um dia, Cinderela, cansada de sonhar com uma casinha limpinha, onde pudesse entrar sem tropeçar nos sapatos do porquinho-pai, nas fraldas sujas do porquinho-bébé, ou nos tufos de pelo do porquinho-gato, soprou com tal força que os sapatos, as meias, os tufos de pêlo, a casa e os três porquinhos foram pelos ares. Não sobrou nada.

Até hoje ninguém sabe o que foi feito dos três porquinhos.

PS- Só para que conste: a continuar assim, a próxima história será " O Pesadelo em Elm Street".

quarta-feira, 4 de março de 2009

Estupidismo iluminado II- The beast strikes again

Estava eu posta em sossego no local de trabalho, minding my own business, quando a chefe me pediu para ver uma formação que tenho andado a preparar. Só por precaução. Não vá eu dar algum erro ortográfico e envergonhar sua exa. que tanto "coidado" tem com o Português...

Já só falta enviar o boletim das notas para o meu encarregado de educação assinar...

Não penso, logo existo

É o lema da fábrica onde eu trabalho.