domingo, 12 de abril de 2009

Cama maldita

E a Maria bem pediu. Que não, não podia continuar a dormir naquela cama. Que era muito baixa e fazia doer as costas. Que estava demodé. Que magoava o miúdo nas pernas sempre que este subia e descia. Que tudo o que mais queria na vida era trocar de cama.
Chorou, esperneou, fez beicinho. E teve uma cama nova.
Mas é claro que uma estória na vida da pequena Maria não podia acabar assim. Não podia. Há sempre alguma conspiração cosmica (como diz o gajo da Maria), que faz com que tudo o que pareça certo, esteja errado.
A pequena Maria teve a sua cama nova, é certo. Mas não consegue lá dormir.
Já fez uma caminha no chão da sala, já se agarrou ao sofá, perante o olhar incrédulo do filho, do pai do filho e do gato. É que a cama tem qualquer coisa. Esta enfeitiçada. É o cheiro.
Não se aguenta. Não me perguntem cheiro a quê, porque não sei. Só sei que vou a dobrar o corredor para o quarto e já levo um nó no estômago. Entro no quarto de lenço no nariz. Já pensei comprar uma máscara. Estou desesperada. A cama está a matar-me aos poucos. Devagarinho...
Ainda o outro senhor diz que de manhã é bom é na caminha....só se for na dele...!

2 comentários:

Pipoca dos Saltos Altos disse...

Chiça é preciso ter azar. Abre as janelas durante o dia a ver se isso passa.
Beijinhos e boa sorte

Jane disse...

Karma, cara amiga! Não se abandona assim um leito! Depois ele persegue-te :p