domingo, 26 de abril de 2009

Mais uma do sítio do costume...

Em Espanha também se comemora o 25 de Abril, não é?

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Morte

Enquanto escolhia o fato na loja, o meu amigo L. nunca imaginou que aquele fato era o mesmo que ia vestir, meses depois, ao pai morto.
E foi só disso que ele falou toda a noite, sentado ao lado do pai, que mal se via debaixo daqueles rendilhados todos que é costume colocarem aos que morrem.
Do fato que teve que vestir ao pai morto.
Como se tudo na morte do pai se resumisse a isso.
Não posso imaginar dor igual.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Voltei à escola

E estava tudo igual. Só vi pessoas felizes.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Chuva

Quando eu era pequenina, muito pequenina, gostava destes dias de chuva, porque ficava muitas vezes, em casa da vizinha, a olhar para a ventania que fustigava o quintal lá fora, e o quintal na verdade não era um quintal, mas um mato, uma floresta, com uma dimensão muito para além daquela espaço minúsculo cheio de casotas de cão, de galinheiros, de arbustos e de chão plantado com meia dúzia de cebolas ou batatas, consoante a altura do ano, e a vontade de um senhor velho, muito velho, que a minha avó chamava para ir tratar do quintal.
Quando eu era pequenina, o quintal encerrava todo o meu Mundo. Era dali que eu sonhava conquistá-lo. E eu não via um quintal. Via o Mundo.
Passeava de triciclo no meio dos arbustos, e o meu triciclo era um comboio.
Nadava frequntemente na minha piscina, situada mesmo entre o galinheiro e o poço.
Cozinhava pedras e terra, que sabiam a gomas e chocolates.
Quando eu era pequenina, muito pequenina, esta chuva não me assustava porque tinha sempre para onde correr e podia abrigar-me debaixo das orelhas de um cão grande, muito grande, debaixo das asas de um avião acabado de aterrar, ou debaixo do avental da minha avó.
Quando eu era pequenina era feliz porque sabia que a minha vontade podia tudo. E é nisso que quero acreditar nestes dias de chuva: que ainda posso tudo.
Ainda posso sonhar em mudar o Mundo. Nem que seja o meu. E nem que seja só um bocadinho.
E é por isso que agora está sol na minha rua.



domingo, 12 de abril de 2009

Cama maldita

E a Maria bem pediu. Que não, não podia continuar a dormir naquela cama. Que era muito baixa e fazia doer as costas. Que estava demodé. Que magoava o miúdo nas pernas sempre que este subia e descia. Que tudo o que mais queria na vida era trocar de cama.
Chorou, esperneou, fez beicinho. E teve uma cama nova.
Mas é claro que uma estória na vida da pequena Maria não podia acabar assim. Não podia. Há sempre alguma conspiração cosmica (como diz o gajo da Maria), que faz com que tudo o que pareça certo, esteja errado.
A pequena Maria teve a sua cama nova, é certo. Mas não consegue lá dormir.
Já fez uma caminha no chão da sala, já se agarrou ao sofá, perante o olhar incrédulo do filho, do pai do filho e do gato. É que a cama tem qualquer coisa. Esta enfeitiçada. É o cheiro.
Não se aguenta. Não me perguntem cheiro a quê, porque não sei. Só sei que vou a dobrar o corredor para o quarto e já levo um nó no estômago. Entro no quarto de lenço no nariz. Já pensei comprar uma máscara. Estou desesperada. A cama está a matar-me aos poucos. Devagarinho...
Ainda o outro senhor diz que de manhã é bom é na caminha....só se for na dele...!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sou a mãe do Nelito

Catorze meses, dessasseis dentes, um partido. Começa bem.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Quentes e boas

Lá na fábrica hoje:

"...eu por acaso vi quanto é que o cliente ofere, mas não reti a informação..."

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ora ai está uma pergunta pertinente..

Hoje no Público:

Ex-coordenadora da PJ condenada a sete anos e meio "Contudo, a advogada de defesa, Graciete Pinto e Silva, adiantou que vai recorrer da sentença, argumentando 'por que é que a palavra de 30 inspectores da PJ [que testemunham no julgamento] vale mais do que a palavra de uma coordenadora?'."